A doutrina da expiação será estudada no Antigo e no Novo
Testamento, tanto em relação ao seu sentido, quanto algumas de suas implicações
na prática histórica de libertação do povo de Deus.
1.1. A
Expiação no Antigo Testamento: identidade, reconciliação, solidariedade e
resistência.
A idéia de expiação já existia em Israel antes do
cativeiro babilônico, mas é apenas a partir de então que passa a ter uma
importância maior[1].
Com o exílio babilônico, o poder de Deus é colocado em dúvida pelos hebreus.
Devido ao fim da monarquia, ao desaparecimento da organização jurídica
pré-exílica, ao desmantelamento das relações de posse da terra, a perda da
liberdade alcançada pelo êxodo e a destruição do Templo e das muralhas de
Jerusalém[2],
há um profundo abalo tanto na identidade do povo quanto na perspectiva do seu
futuro.
Nesta situação de perda dos fundamentos da identidade do
povo (rei, templo, terra), de dúvidas quanto ao poder de Deus, e de necessidade
de reorganização social, é que se evidencia a importância da expiação no Antigo
Testamento especialmente nos textos escritos a partir do cativeiro babilônico.
O sentido fundamental da expiação no Antigo Testamento é
expresso pelo termo hebraicorP,ki e seus derivados[3].
Entretanto, não se pode ignorar que, além do holocausto, o sacrifício mais diretamente ligado ao termo rP,ki,
o sacrifício pelo pecado ( taJ'x;) e o de reparação (~v'a'),
também são sacrifícios expiatórios[4].
Os principais termos para expressar a expiação no Antigo
Testamento são os seguintes: rP,ko , substantivo cujo
significado é o de "resgate, dádiva
para obter favor"[5]; rPuKi,
substantivo que pode ser traduzido por "expiação"[6], e
que está presente no título do feriado judaico yom kippur, o qual "era
celebrado com uma oferta especial pelo pecado a favor de toda a nação"[7]; tr,PoK; , substantivo que pode ser
traduzido por "tampa (da arca da
aliança), propiciatório"[8], a
qual ficava no interior do templo, e sobre a qual "o sangue era aspergido no dia da expiação", a fim de que Deus
se tornasse propício, favorável, aos seres humanos[9].
Esse termo, fora do código levítico, quando utilizado em relação a Iahweh
"significa receber um ato de expiação'"[10].
Estas palavras têm como raiz o verbo rp;K' , que significa
"fazer expiação, fazer
reconciliação, purificar"[11],
e ocorrem no Antigo Testamento mais de 150 vezes.
Segundo Harris, "a
partir do sentido de rP,ko pode-se entender melhor o significado de rp;K'",
que seria "expiar mediante o
oferecimento de um substituto"[12]. Assim, os três sentidos de rp;K' ,
expiação, reconciliação e purificação,
indicam o caminho para o estudo da expiação no Antigo Testamento. Todos estes
termos estão presentes em Lv 16, que trata do "Dia das
Expiações", no qual é realizada a
expiação anual pelos pecados do povo, do sumo-sacerdote e do templo[13].
No hebraico bíblico, não há "nenhuma raiz que exprima diretamente o conceito de liberdade",
de modo que "não foi, portanto,
dessa noção que se formou a de libertação"[14].
Por outro lado, "a maior parte das
raízes que levam a um sentido próximo de libertar
podem apresentar o sentido de salvar"[15].
Por sua vez, o sentido geral de salvar
no Antigo Testamento "é o de escapar
às desgraças da condição humana atual para chegar a uma situação melhor e mais
favorecida da parte de Deus"[16].
É neste sentido que os conceitos libertação
e salvação serão entendidos nesta
etapa do trabalho.
A expiação pressupõe compreensão de pecado e culpa, que no
Antigo Testamento são descritos com uma riqueza muito grande de termos e idéias[17], tais como: aJ'x' , "errar, sair do
caminho, pecar, tornar-se culpado, perder, purificar da impureza"[18]; [v;P, ,
"rebelião"[19]; hg"g"v. , "pecado (cometido por ignorância ou
descuido)"[20]; !oA[', , "iniqüidade, culpa, castigo pela culpa"[21]; hl'w>[; , "injustiça, maldade, iniqüidade, erro"[22]; [v;r, , "erro, perversidade, culpa"[23]; hl'b'n> , "insensatez" em relação a "pecados de imoralidade"[24].
Todas estas categorias são expiadas mediante sacrifícios[25].
Muitos destes termos parecem se referir a conceitos diferentes, pois "significam igualmente o pecado, o ato, a
culpa e sua conseqüência, o castigo"[26].
Para os hebreus, o ato de pecar ou sua conseqüência são a mesma coisa.
Como pode ser constatado pelos termos acima, o pecado é
uma realidade tanto individual quanto social[27],
que afeta toda a sociedade, pois ao afetar a ordem sagrada, afeta também a Deus. Logo, "todo pecado é pecado contra Deus"[28].
Seus efeitos são destruidores e "caem
necessariamente como castigo sobre o infrator e sua comunidade"[29].
Esta é, segundo os profetas, a razão de toda tragédia que se abateu sobre
Israel a partir do cativeiro babilônico, pois a causa do cativeiro foi o
pecado, em suas diversas dimensões.
A partir dessa concepção ampla de pecado, Israel realiza
uma verdadeira revolução na concepção de expiação. Para o mundo antigo,
incluindo aqui Israel antes do cativeiro babilônico, a idéia predominante sobre
o sacrifício expiatório era a de "a
vítima que havia de aplacar à divindade encolerizada"[30],
ou seja, de que o ser humano é quem busca a reconciliação com a divindade
através do sacrifício[31].
A partir do cativeiro, esta concepção sofre
uma transformação profunda, quando nasce uma concepção especificamente israelita, segundo a qual não é o ser humano quem se reconcilia
com Deus mediante a expiação, mas ao contrário, "Yahvé é o que realiza, o que
opera a expiação, a purificação, a reconciliação de seu povo"[32].
Assim, a expiação passa ser um "acontecimento
salvífico"[33],
por meio do qual o pecado e a culpa eram transferidos para um substituto[34].
Nas palavras de Fohrer: “se por um lado a relação entre Deus e o
homem se rompe em função da rebeldia, por outro pode ser restaurada pelo ato
expiatório"[35].
Deste modo, a expiação promove a reconciliação entre Deus e o ser humano[36],
tirando-o de uma situação de alienação e realizando, assim, salvação.
A partir destes dados, pode-se perceber a importância da
idéia de expiação no Antigo Testamento. Em
primeiro lugar, em razão das circunstâncias novas e desastrosas do cativeiro
babilônico, que destruíram o antigo fundamento da identidade e expuseram o povo
à tentação de sucumbir à religião e aos valores estrangeiros, a expiação se
torna um elemento importante de identidade
religiosa para o povo[37],
um elemento muito importante que vai marcar a história de Israel no pós-exílio.
Neste sentido, a expiação passa a ser também um elemento de resistência ao domínio opressor
babilônico. Em segundo lugar, a expiação também passa a ser um importante
instrumento de inclusão e de restabelecimento social, pois segundo o conceito
de pecado no Antigo Testamento, "era
necessário executar ou expulsar o culpado, a
menos que Javé estabelecesse uma regra particular com vistas ao bem ou
ao mal"[38].
Além disso, a necessidade da realização da expiação pelos pecados era igualitária, pois incluía a todos, tanto
o povo quanto os sacerdotes, tanto o rico como o pobre, tanto o homem quanto a
mulher[39].
Em terceiro lugar, a expiação é um elemento que produz solidariedade, pois no
sacrifício expiatório, é Deus quem toma a iniciativa de restaurar sua relação
com o seu povo, reconciliando-o com ele mesmo, e esta atitude divina tem o
potencial de gerar solidariedade entre os seres humanos. É interessante notar
que Lv 19,18, texto clássico sobre o amor ao próximo, faça parte do Escrito Sacerdotal. Neste sentido, a
solidariedade de Deus com o ser humano promove também a solidariedade entre os
seres humanos.
Assim, conclui-se que no Antigo Testamento, a idéia de
expiação, tal como foi apresentada nas Escrituras hebraicas, é um elemento que
promove a libertação salvadora do ser humano. A expiação não é, pois, uma
cerimônia meramente ritualística, mas um ato com efeitos concretos, tanto no
âmbito individual quanto coletivo do povo, promovendo identidade,
reconciliação, solidariedade e resistência ao domínio opressor.
1.2. A
Doutrina da morte expiatória de Jesus Cristo como elemento de libertação
integral.
Nesta etapa da teologia bíblica, a interpretação da morte
de Jesus como expiação pelos pecados será avaliada no seu potencial de produzir
ou não libertação, com base na seguinte indagação: até que ponto esta interpretação pode produzir uma prática histórica de
libertação na vida das comunidades cristãs[40].
A doutrina da expiação no Novo Testamento consiste na
interpretação da morte de Jesus Cristo como sacrifício pelos pecados, em favor
da humanidade, o qual promove a reconciliação entre Deus e o ser humano[41].
O conceito de expiação está intimamente ligado ao de reconciliação[42],
pois a reconciliação é realizada por meio da expiação, de iniciativa divina, na
qual o pecado e a culpa são eliminados, mediante a oferta, que torna propício o
ofertante[43].
Além do sentido de expiação pelos pecados, a morte de
Jesus é interpretada de outras formas no Novo Testamento[44].
Os termos técnicos principais para expressar a morte de Cristo como expiação, e
que mais freqüentemente traduzem o termo hebraico rP,ki e
seus derivados, são i`la,skomai , i`lasmo,j e i`lasth,rion [45]. Apesar da ocorrência
desses termos ser rara, a idéia que eles transmitem ocorre com freqüência no
Novo Testamento[46],
de tal modo que "é de longe a
interpretação mais difundida da morte de Jesus, ocorrendo, em diferentes
expressões e variações, bem mais de 50 vezes"[47].
Com exceção do quarto evangelista, todos os autores do Novo Testamento
interpretam a morte de Jesus como sacrifício[48].
Por isso, outros termos e fórmulas expressam a idéia da morte de
Cristo como morte expiatória, tal como lu,tron[49] e vários outros[50].
Cada um dos termos i`la,skomai , i`lasmo,j , i`lasth,rion e lu,tron
ocorre duas vezes no Novo Testamento: lu,tron
em Marcos 10.45 e Mateus 20.28; i`lasmo,j
em 1 João 2.2 e 4.10; i`la,skomai
em Lucas 18.13
e Hebreus 2.17; e i`lasth,rion
em Romanos 3.25 e Hebreus 9.5. Dessas ocorrências, apenas Lucas 18.13 e Hebreus
9.5 não fazem referência à morte de Jesus.
Estudar-se-ão estes termos a partir das ocorrências no
Evangelho de Marcos, o mais antigo dos evangelhos sinóticos[51],
e em Hebreus, em conexão com o contexto destas comunidades, e investigando se
nelas a interpretação da morte de Jesus como expiação teve um impacto
libertador.
1.2.1.
A Expiação no Evangelho de Marcos.
Em Marcos 10.45
a palavra resgate
é tradução do grego lu,tron , que significa "'preço da soltura', 'resgate', 'preço do
resgate'"[52]. A idéia fundamental é a de um escravo que é
libertado dos poderes da opressão[53].
A aplicação desse termo neste texto "caracteriza
a morte de Jesus como expiação vicária"[54],
uma vez que lu,tron corresponde, aqui, ao
significado de rP,ki e seus derivados[55].
Deste modo, o termo lu,tron aplicado à morte de Jesus
dá a idéia de uma expiação que produz libertação[56].
No Evangelho de Marcos, a Paixão de Jesus é o centro
teológico que orienta toda a narrativa, o que pode ser percebido pelas várias
referências antecipadas da paixão, pela sua estrutura narrativa, e pela
extensão das porções que narram a história da paixão em comparação com o
restante do livro[57].
O auge da Paixão de Jesus é o sofrimento e a humilhação na morte de cruz. Em
conformidade com antigas tradições recebidas pelo evangelista[58],
os textos de Marcos 10.45 e 14.24 apontam para o efeito salvador da morte de
Jesus, que é apresentada como expiação vicária[59].
Em Marcos 10.45, encontra-se o título escatológico
"Filho do Homem", que ocorre nos Evangelhos cerca de 70 vezes e é
sempre atribuído a Jesus por si mesmo[60].
Os textos que apresentam esse título formam três grupos, de acordo com a
concepção a respeito deste título: a) Filho do Homem futuro; b) Filho do Homem
que atua no presente; c) Filho do Homem sofredor[61].
Aqui, trata-se do terceiro grupo[62].
Esta afirmação é reforçada por Cullmann, que afirma que tanto em Marcos 10.45
quanto em 8.31, "Jesus emprega o
título de 'Filho do Homem' e lhe associa a idéia de Servo sofredor de Deus"[63].
Segundo este autor, ambas as idéias supõem a noção de substituição[64],
de tal modo que a auto-entrega de Jesus é um ato escatológico de salvação no
qual o Filho do Homem, Servo de Iahweh, resgata o ser humano
dos poderes da morte.
O Evangelho de Marcos
"é, antes de tudo, uma mensagem
de conforto e incentivo dirigida a uma comunidade que vive um período de crise"[65]
entre os anos 66 e 70 d.C., numa região agrária da Palestina[66],
e que vive sua fé numa situação de oposição e conflito[67].
Em Marcos 10.45, a morte expiatória de Jesus é entendida como o fundamento do serviço solidário, porque ela é o ponto
alto, o coroamento da vida de amor e serviço em favor do outro, vivida por
Jesus. Não se trata simplesmente de vida de serviço e doação, mas vida de
serviço e doação levada até às últimas conseqüências, até à morte, caso seja
necessário.
Considerando estes dados, pode-se concluir que na
perspectiva de Marcos "Jesus é o
Salvador exatamente assim, sofrendo e morrendo pela culpa de muitos"[68],
morte que é o ápice de sua prática de entrega solidária em favor do próximo,
que manifestara por toda a sua vida. Por isso, essa morte expiatória é, ao lado
de sua vida de serviço e doação, o fundamento do discipulado, da nova orientação ética de vida, baseada não no
exercício do poder e da opressão, mas numa prática de serviço em favor do
semelhante. Schrage, a respeito das
implicações éticas dos vv. 42-45, diz que há um confronto entre a postura do
mundo e da comunidade cristã[69]. Essa
nova orientação tem o potencial de promover libertação, pois inverte a ordem
opressora de dominação deste mundo pela ordem libertadora de serviço do
crucificado, na qual o perdão, que é decorrente da expiação, "tem
por finalidade romper a reprodução do mal, essa estranha fascinação que faz com que
o mal se reproduza sem cessar e com que o círculo se feche sobre si mesmo"[70].
1.2.2.
A Expiação em Hebreus.
Todo o conteúdo de Hebreus mantém uma relação direta com a
situação concreta da comunidade destinatária, a qual dava sinais de cansaço,
diante das pressões que a sociedade maior a submetia em razão de sua fé e de
seus valores[71].
Esta comunidade vivia às margens da sociedade maior.
Hebreus é uma homilia organizada a partir da alternação de
seções doutrinárias e parenéticas[72],
cujo objetivo é animar a comunidade a partir de exortações fundamentadas
doutrinariamente[73].
Conforme demonstrou Vanhoye[74],
Hebreus tem uma estrutura simétrica
concêntrica, dividida em cinco partes, das quais a terceira, de 5.11-10,39,
constitui o centro. Esta parte é formada por duas parênesis, 5.11-6.20 e 10.19-39, que emolduram as três seções doutrinais, 7.1-28; 8.1-9.28;
10.1-18, das quais a segunda seção é a central. Esta seção, por sua vez, está
subdividida, e seu centro está nas perícopes de 9.1-10 e 9.11-14, que tratam
respectivamente, do culto ritual antigo e do único sacrifício de Cristo. A
primeira palavra de 9.11-14 é Cristo, de modo que "o nome de Cristo sumo sacerdote foi escolhido como viga central de toda
a estrutura"[75].
Desse modo, a doutrina da expiação tem uma importância fundamental nesta
homilia, uma vez que "a figura e o
papel de Cristo ocupam o primeiro plano em Hebreus"[76].
Em Hebreus 2.17, há dois termos fundamentais para a
teologia desta homilia: i`la,skesqai e avrciereu.j . Ambos são utilizados para
expressar a doutrina da expiação em Hebreus. O termo i`la,skesqai se refere ao yom kippur, e significa
neste verso o "resultado da
propiciação"[77].
O termo avrciereu.j significa "sumo-sacerdote"[78].
Jesus é apresentado como sumo sacerdote que expia os pecados do povo de Deus,
tema presente nas subdivisões centrais de Hebreus.
Os conteúdos apontados acima permitem afirmar que a
teologia de Hebreus é uma teologia do caminho, que apresenta "a comunidade cristã como o povo de Deus numa
longa jornada a caminho de uma pátria celestial"[79].
Jesus, o Filho, é preexistente. A partir de sua encarnação, o Filho deixa os
céus, e assume a carne e o sangue, tornado-se solidário com os sofrimentos e
com a limitação dos seres humanos, sendo em tudo tentado, mas sem pecado. O
clímax de sua solidariedade está na sua morte, por meio da qual realiza a dupla
função de vítima do sacrifício expiatório e sumo-sacerdote. Como vítima, Jesus
se entrega à morte, derramando o seu sangue para remissão dos pecados e para a
salvação da humanidade. Como sumo-sacerdote, comparece ao santuário celestial,
para oferecer o sacrifício perfeito, único e suficiente para a remissão de todo
pecado. Assim, Jesus inaugura o caminho de acesso a Deus, tornando-se o precursor
e o pioneiro, em razão de sua morte expiatória. Seu caminho de sofrimento deve
ser seguido pela comunidade cristã, na confiança da eficácia do seu sacrifício
perfeito, bem como de sua intercessão, que realiza à direita do Pai, no trono
da graça. Ao inaugurar o caminho de acesso a Deus, Jesus não apenas sofreu no
seu corpo, mas sofreu também a vergonha da cruz, a qual desprezou, em razão de
sua obediência à Deus. Deste modo, o povo de Deus espera não a glória deste
mundo, mas a cidade celestial, para a
qual caminha nas pegadas de Jesus, não fazendo caso da vergonha desta vida, mas
caminhando de acordo com seu líder.
A doutrina da expiação em Hebreus constitui o fundamento
da libertação da comunidade cristã. A ação salvadora de Jesus, que consiste na sua
prática histórica de vida, na sua morte expiatória e na intercessão pela
comunidade cristã, revelam sua
solidariedade realizada concretamente, a partir da história, e promove uma
salvação libertadora, pois: 1) realiza a purificação da consciência; 2) fortalece
a identidade do grupo, que luta
contra a opressão da sociedade maior; 3) promove a solidariedade e o auxílio
mútuo, a partir do exemplo de Jesus; 4) fortalece a comunidade cristã na sua resistência à toda opressão por parte
da sociedade maior.
Assim, pode-se concluir que a doutrina da expiação no Novo
Testamento contém elementos com potencial de salvação libertadora não apenas no
porvir, mas no "já" da
realidade histórica.
[1]
AUVRAY, P. et. alli. Introdução à Bíblia, tomo I, pp. 370s;
CRÜSEMANN, Frank. A Torá: teologia e
história social da lei do Antigo Testamento, p. 392; LIMOSA, M. Levítico e Números, p. 15; LOHFINK,
Norbert. Grandes manchetes de ontem e
hoje, p. 112; VON RAD, Gerhard. Teologia
do Antigo Testamento - vol. I, p. 263.
[2]
BRIEND, J. Uma leitura do Pentateuco,
p. 69; ECHEGARAY, Joaquín González. O Crescente fértil e a Bíblia, p. 175;
VON RAD, Gerhard. Teologia do Antigo
Testamento - vol. I, p. 264.
[3]
LYONNET, Stanislas. "Expiação", p. 329; MCKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, p. 329; VON RAD,
Gerhard. Teologia do Antigo Testamento -
vol. I, p. 258.
[4]
AUVRAY, P. et. alli. Introdução à Bíblia, tomo I, p. 374.
[5] HARRIS, R. Laird. rp;K' , p. 743.
[6] KIRST,
Nelson et alli. Dicionário
hebraico-português & aramaico-português, p. 104.
[7] HARRIS, R. Laird. rp;K' , p. 744.
[8]
KIRST, Nelson et alli. Dicionário
hebraico-português & aramaico-português, p. 104.
[9] HARRIS, R. Laird. rp;K' , p. 744.
[10]
MCKENZIE, John L. Dicionário Bíblico,
p. 329.
[11] HARRIS, R. Laird. rp;K' , p. 743.
[12] HARRIS, R. Laird. rp;K' , p. 743.
[13]
CHOURAQUI, André. Ele chama... (Levítico),
p. 175.
[14]
CARMIGNAC, Jean. "O Vocabulário da libertação e da salvação na
Bíblia", p. 11. Conforme também BULTMANN, Rudolf.
"O significado da idéia da liberdade para a cultura ocidental", p.
325.
[15]
CARMIGNAC, Jean. "O Vocabulário da libertação e da salvação na
Bíblia", p. 14.
[16]
CARMIGNAC, Jean. "O Vocabulário da libertação e da salvação na
Bíblia", p. 14.
[17]
VON RAD, Gerhard. Teologia do Antigo
Testamento - vol. I, pp. 258s.
[18] SMICK, Elmer B. aJ'x' , p. 450.
[19] LIVINGSTON, G. Herbert. [v;P, , p. 1246.
[20] HAMILTON, Victor P., gg"v' , p. 1523.
[21] SCHULTZ, Carl. hw"[', , p. 1085.
[22] LIVINGSTON, G. Herbert. loW[ , p. 1091.
[23] LIVINGSTON, G. Herbert. [v;r, , p. 1457.
[24]
GOLDBERG, Louis. lb;n" , p. 910.
[25]
VON RAD, Gerhard. Teologia do Antigo
Testamento - vol. I. pp. 258s; REITERER, F. V. "Pecado/Expiação
(AT)", p. 319.
[26]
VON RAD, Gerhard. Teologia do Antigo
Testamento - vol. I. p. 261.
[27] VON RAD, Gerhard. Teologia do Antigo Testamento - vol. I.
p. 259; REITERER, F. V. "Pecado/Expiação (AT)", p. 316s.
[28]
ROWLEY, H. H. A Fé em Israel - aspectos
do pensamento do Antigo Testamento, p. 94.
[29] Tradução própria de "efectos destructores caen necesariamente
como castigo sobre el infractor y su comunidad", in: LINK, Hans-Georg.
"Reconciliación", p. 39.
[30] Tradução própria de "la víctima que había de aplacar a la deidad
encolerizada", in: LINK, Hans-Georg. "Reconciliación", p. 39.
[31] BAUER, Johannes B.
"Expiação", p. 411;
[32] Tradução própria de "Yahvé es el que produce, el que obra, la
expiación, la purificación, la reconciliación de su pueblo", in: LINK,
Hans-Georg. "Reconciliación", p. 39. Conforme também REITERER,
F. V. "Pecado/Expiação (AT)", p. 319; NAGEL, G. "Sacrifícios -
A.T.", p. 526.
[33] LINK, Hans-Georg. "Reconciliación",
p. 39.
[34]
VON RAD, Gerhard. Teologia do Antigo
Testamento - vol. I. p. 265.
[35]
FOHRER, Georg. História da religião de
Israel, p. 237.
[36] ROY, Léon. "Reconciliação", p. 856.
[37] AUVRAY, P. et. all. Introdução à
Bíblia, tomo I, p. 370.
[38]
VON RAD, Gerhard. Teologia do Antigo
Testamento - vol. I. p. 260. Conforme também LOHFINK, Norbert. Grandes manchetes de ontem e hoje, p.
113.
[39]
AUVRAY, P. et. all. Introdução à Bíblia,
tomo I, p. 375; CHOURAQUI, André. Ele
chama... (Levítico), pp. 177, 185; DAVIDSON, F. (ed). O Novo comentário da Bíblia, vol. I, pp. 171s.
[40]
DUQUOC, P. "A Salvação cristã como libertação", p. 25.
[41] BARTH, Gerhard. Ele
morreu por nós, p. 44; CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo Testamento, p. 317;
GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo
Testamento, p. 207; JEREMIAS, Joachim. A
Mensagem central do Novo Testamento, p. 40; KÜMMEL, Werner Georg. Síntese teológica do Novo Testamento,
p. 132; RICHARDSON, Alan. Introdução à
Teologia do Novo Testamento, p. 223.
[42] LINK, Hans-Georg. "Reconciliación", p. 36;
MCKENZIE, John L. Dicionário Bíblico,
p. 329.
[43] LYONNET, Stanislas. "Expiação",
pp. 330,332.
[44]
BARTH, Gerhard. Ele
morreu por nós, pp. 34-110.
[45] BARTH,
Gerhard. Ele morreu por nós, pp. 44-47; BÜCHSEL, Friedrich e
HERRMANN, Johannes. i`lewj, i`laskomai, i`lasmo,ç.j, i`lasth,rion, pp. 301-310,316s,320-323; LINK,
Hans-Georg e BROWN, Colin. "Reconciliação, restauração,
propiciação, expiação", pp. 1942-62.
[46]
LYONNET, Stanislas. "Expiação", p. 330.
[47]
BARTH, Gerhard. Ele morreu por nós,
p. 44.
[48]
CARREZ, M. "Sacrifícios - N.T.", p. 530.
[49] BROWN, Colin. lu,tron , pp. 1986-96; BARTH, Gerhard. Ele morreu por nós, pp. 51,77-81;
GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo
Testamento, p. 207.
[50]
BARTH, Gerhard. Ele morreu por nós,
pp. 29-56; MCKENZIE, John L. Dicionário
Bíblico, p. 330.
[51]
GOURGUES, M. e CHARPENTIER, E. "Introdução aos Evangelhos", p. 19.
[52] BROWN, Colin e MUNDLE, Wilhelm. "Redenção",
p. 1986.
[53]
BROWN, Colin e MUNDLE, Wilhelm.
"Redenção", p. 1973.
[54]
GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo
Testamento, p. 207.
[55] BROWN, Colin e MUNDLE, Wilhelm. "Redenção",
p. 1992.
[56]
BROWN, Colin e MUNDLE, Wilhelm. "Redenção",
p. 1993.
[57]
BARTH, Gerhard. Ele morreu por nós, p. 127.
[58]
FABRIS, Rinaldo. "O Evangelho de
Marcos", pp. 425, 427; GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo Testamento, p. 209; JEREMIAS, Joachim. Teologia
do Novo Testamento, p. 429.
[59]
BATTAGLIA, Oscar, URICCHIO, Francesco, LANCELLOTTI, Angelo. Comentário ao
Evangelho de São Marcos, p. 102; GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo Testamento, p. 207; JEREMIAS, Joachim. Teologia
do Novo Testamento, pp. 436-444.
[60]
CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo
Testamento, p. 181; GOPPELT,
Leonhard. Teologia do Novo Testamento,
p. 194; THEISSEN, Gerd e MERZ, Annette. O
Jesus Histórico, p. 572.
[61]
GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo
Testamento, p. 196; THEISSEN, Gerd e MERZ,
Annette. O Jesus Histórico, p.
572.
[62]
GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo
Testamento, pp. 202s.
[63]
CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo
Testamento, p. 211. Conforme
também FABRIS, Rinaldo. "O Evangelho de Marcos", p. 539.
[64]
CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo
Testamento, pp. 214,227.
[65]
AUNEAU, J. "Evangelho de Marcos", p. 108.
[66] MYERS,
Ched. O Evangelho de São Marcos, p.
68.
[67]
DELORME, J. Leitura do Evangelho segundo
Marcos, p. 10.
[68]
BARTH, Gerhard. Ele morreu por nós,
p. 136.
[69]
SCHRAGE, Wolfgang. Ética do Novo
Testamento, p. 144.
[70]
DUQUOC, P. "A Salvação cristã como libertação", p. 23.
[71]
ADRIANO FILHO, José. Peregrinos neste
mundo, p. 12.
[72] ADRIANO FILHO, José. Peregrinos neste mundo, pp. 11s; FABRIS, Rinaldo. "Carta aos
Hebreus", pp. 342-343; GOPPELT, Leonhard. Teologia do Novo Testamento, p. 468; HARRINGTON, Wilfrid J. Chave para a Bíblia, p. 567; VANHOYE,
Albert. A Mensagem da Epístola aos
Hebreus, p. 10.
[73] ADRIANO FILHO,
José. Peregrinos neste mundo, p. 13;
FABRIS, Rinaldo. "Carta aos Hebreus", p. 346.
[74] VANHOYE, Albert. A
Mensagem da Epístola aos Hebreus, pp. 38-50. Conforme FABRIS, Rinaldo.
"Carta aos Hebreus", pp. 343-348; HARRINGTON, Wilfrid J. Chave para a
Bíblia, p. 567-569.
[75]
VANHOYE, Albert. A Mensagem da Epístola
aos Hebreus, p. 50.
[76]
FABRIS, Rinaldo. "Carta aos
Hebreus", p. 359.
[77] LINK, Hans-Georg e BROWN, Colin. "Reconciliação,
restauração, propiciação, expiação", p. 1958.
[78] BAEHR, J. "Sacerdote, Sumo
Sacerdote", p. 2180.
[79]
ADRIANO FILHO, José. Peregrinos neste
mundo, p. 19.
2. Teologia Sistemática: Expiação, Doutrina de Libertação ou Alienação?
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